Por que as farmácias precisaram se reorganizar frente a COVID 19?

A Farmácia é um dos primeiros locais que a população procura para tratamento de doenças e cada vez mais a população tem nos reconhecido como um estabelecimento de saúde. Nesta nova pandemia não está sendo diferente, todos os dias atendemos inúmeros casos dos mais variados possíveis e precisamos entender que o farmacêutico é o profissional que a população necessita para buscar informações e orientações confiáveis nestes estabelecimentos.

E mediante todo esse caos que o Brasil está passando, foi preciso reinventar procedimentos nas farmácias para garantir um atendimento de qualidade, manter o abastecimento, o suprimento de medicamentos e materiais de proteção individuais necessários (já que não está sendo fácil a aquisição devido a tanta demanda), tanto para os colaboradores como para a população. Mesmos assim, não podemos esquecer que possuímos este papel fundamental da educação em saúde. Quando o surto, a epidemia, a pandemia e/ou a endemia acontecem, a farmácia é o estabelecimento que está na linha de frente e tem um papel fundamental e uma responsabilidade imensa na proteção da saúde da população. Além do grande fluxo de pessoa e muitas dessas podendo ser doentes assintomáticos, várias medidas importantes devem ser tomadas. Sabemos que a responsabilidade em atender pacientes inclusive com sintomas respiratórios prejudicados é algo importante e rotineiro devido a esses buscarem logo a farmácia para comprar medicamento e/ou buscar orientações se precisaram ir a uma unidade de saúde. Portanto, o farmacêutico deve ter a capacidade para identificar, avaliar e orientar da melhor forma possível o paciente e não esqueça que, caso consiga auxiliar neste momento, deve encaminhar o paciente para a unidade de saúde mais próxima.

Em relação aos estabelecimentos, foi preciso readequar toda a farmácia, orientar e muitas vezes até obrigar o uso dos EPIs pelos funcionários e clientes, fazer marcações nos locais, manter o cliente a distância de pelo menos um metro, demonstrar a importância da lavagem das mãos, uso de álcool em gel, não se medicar por conta própria e ainda oferecer atendimento delivery, trabalhar as mídias socias com informações relevantes aos problemas, orientar os idosos que  pegam seus medicamentos pelo programa da farmácia popular oferecida pelo Governo Federal para que alguém da família pudesse ir buscar as medicações, por fazerem parte dos grupos de riscos. Eu, como farmacêutico empreendedor hoje aprendi mais que nunca a usar as tecnologias, tenho Instagram, facebook e trabalho com linha de transmissão para os meus clientes se manterem informados sempre. Sabemos que os países que estão passando por essa pandemia grave do coronavírus, como China, Itália, EUA, Espanha e outros, mesmo com o estabelecimento da quarentena, as farmácias permaneceram abertas. O nosso trabalho é realizado com uma triagem: sugestivos (como tosse, espirros, congestão nasal ou falta de ar) com temperatura acima de 37,5°C devem ser imediatamente encaminhados para atendimento pelo farmacêutico no consultório, para que os serviços farmacêuticos sejam prestados e serem encaminhados para unidades de saúde sempre que necessário, independentemente de quem seja.

Lembro ainda aos colegas que devemos alertar a população sobre diversos sintomas de doenças comuns e as doenças mais graves, bem como as diferenças entre gripe comum, dengue, H1N1 e a covid-19. Nosso trabalho reduz o número de pacientes que se deslocam as unidades de saúde, sendo de extrema importância hoje para o SUS. Os sintomas leves de infecção respiratória podem ser tratados com medidas de autocuidado para reduzir o desconforto, incluindo uso de medicamentos antitérmicos, descongestionantes nasais e analgésicos, isentos de prescrição médica, seguindo estritamente a posologia recomendada. Sabemos também que o uso de medicamentos não previne a infecção por coronavírus e que o abuso de medicamentos em altas doses, podem causar reações adversas, intoxicações e até mesmo necessidade de hospitalização.

A informação que a hidroxicloroquina tratava a COVID 19 fez com que um grande número de pessoas saíssem comprando sem nenhum conhecimento e/ou critério e sem saber para qual a utilização da mesma, com isso ocasionaram prejuízo aqueles que realmente fazem o uso continuo que ficaram sem a medicação. Com isso o governo acabou adotando medidas para o controle e a comercialização nas farmácias passando a ser agora um medicamento de controle especial. O que mais me chamou atenção foi a demanda dos clientes a procura nas farmácias, mesmo já tendo mais de 30 anos no seguimento de farmácia nunca tinha visto algo igual. Além disso, a maioria dos clientes tem medo de ir ao hospital com medo da contaminação pela covid-19. Não podemos esquecer também que a dengue está presente neste momento e muitas vezes passando despercebida.

E dentre todas essas situações uma coisa me preocupa bastante também, as pessoas que moram só, pois elas relatam situações desesperadoras, outro ponto de preocupação são os idosos que tem muita resistência sobre o isolamento, pois muitos acham que não é necessário.

Nosso papel enquanto farmacêuticos: Diante do medo e insegurança da população, com clientes psicologicamente abalados e cada um com relatos de situações diferente, entra o herói farmacêutico, seguindo medidas adotadas pelo Ministério da Saúde diante da covid-19, orientando que os clientes para que entendam a real situação de pandemia e não se deixem levar por rumores, boatos e fake News que acabam afetando o emocional e psicológico.

A procura sempre por profissionais da área da saúde deve ser levada em consideração que deve ser o correto, pois estarem mais capacitados para dar melhor informação e não gerar pânico.

Quero parabenizar todos os farmacêuticos que estão direta ou indiretamente nessa linha de frente. Deixo essa mensagem para os todos Farmacêuticos: “O papel do Farmacêutico quanto a atenção com os clientes/pacientes e de suma importância para oferecer um serviço de confiança, credibilidade, qualidade e perseverança, pois acima de tudo preservamos a saúde dos mesmos sem causar quaisquer danos”.

Dr. Josué da Silva – Conselheiro Regional do CRFMA
Farmacêutico empreendedor

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