Há exato um ano, no mês de março de 2020, eu perdi meu pai para a Covid-19, uma partida rápida, porém dolorosa. No mesmo mês, já em 2021, eu fui acometido por essa doença e tive uma luta de 25 dias pela vida, uma batalha que começou no interior do Estado, em Pastos Bons, com uma forte febre e tosse juntas, e um cansaço sem precedentes na minha história.
Logo percebi que não era uma doença normal e comecei a tratar com os medicamentos que todos já conhecem. Fiquei 15 dias no interior, mas depois optei voltar para a cidade e continuar o tratamento.
Chegando em casa e, com o oxímetro, percebi que estava com a oxigenação em 90%, condicionante para eu ir ao hospital e internar, ficando mais 10 dias na luta pela vida.
Vários pensamentos na mente, mas apenas um saltava aos outros: a vontade de ficar aqui e ajudar outras pessoas. Foi quando falei com Deus e disse que ainda era cedo e que eu tinha a necessidade de ajudar pessoas com essa doença, como já venho fazendo ao longo de 7 anos, quando montei a minha primeira farmácia.
Ser farmacêutico na pandemia de Covid-19 não é fácil, a linha que traça a segurança da sua saúde é a placa de acrílico que separa você do cliente que geralmente chega com algum sintoma do cruel Sars-Cov-2.
Nosso trabalho é fundamental no processo de cura desses clientes. Seja qual o tratamento escolhido, temos que orientar, informar, dar conselhos e, acima de tudo, ajudar aquele cliente que está doente ou tem alguém da sua família doente, geralmente motivo de bastante angústia e ansiedade, que beira o desespero.
O que tirei dessa experiência foi que a cura vem lá de cima, através do Grande Arquiteto do Universo e que só ele tem o poder da cura.